O Dia da Caça

A SOMBRA CINZENTA corria por entre as árvores enormes, enquanto vultos negros o perseguiam. Precisava de ajuda, não iria conseguir fugir por muito tempo. A luz prateada da lua iluminava o caminho, porém a névoa baixa impedia que ele visse aonde pisava. Encostou as costas no tronco de uma árvore centenária e suspirou. Olhou para cima, e viu que ela era como todas as outras: fina, e subiam até onde os olhos alcançavam, os galhos começando a brotar bem alto. Impossível de escalar.

Sentiu que eles se aproximavam, então voltou a correr, a capa cinzenta fazendo barulho ao voar para trás enquanto ele se movia rapidamente. O capuz saiu da cabeça, vindo um vento frio, e seus olhos verdes de elfo brilharam no escuro. Puxou uma adaga de dentro da roupa, e a estendeu, rodando em volta de si mesmo. Os vultos negros apareciam aqui e ali, como que brincando com ele.

Uma coruja piou do alto de uma árvore e alçou um voo desesperado, e nesse momento ele viu os lobos gigantes se aproximando, negros como a noite e com olhos vermelhos fitando-o esfomeados. Começou a tremer, e a gritar para eles irem embora, rodando e ameaçando cada um deles com a adaga. Por um momento pareceu que pararam, mas no seguinte um do bando já estava ao seu lado. Enfiou o aço nas costas dele, e por lá ele ficou agarrado, e então o animal arrancou seu braço somente com uma mordida feroz e um puxão.

Tentou ir para trás e tropeçou, arrastando-se pelo chão de barriga para cima, enquanto os lobos se aproximavam. Deu com as costas em uma árvore, e se encolheu ali. Esperou que algo aparecesse de repente para salvá-lo, mas nada veio, ninguém o estava ouvindo. Sentiu os dentes entrando em sua coxa, enquanto o outro vinha com o focinho em seu pescoço. Fechou os olhos, para nunca mais abri-los.

Ladrão

3 respostas em “O Dia da Caça

Deixar mensagem para Forseti Cancelar resposta