Mesmo quando estava fechado o alçapão ainda dava pra ouvir os gritos de Valoria. Choros, gemidos, gritos, a cidade estava tomada por aquelas criaturas. Depois de um tempo, não se ouvia mais nada além dos grunhidos dos zumbis e seus passos rastejantes.
Minutos se passaram até todos retomarem a consciência. Fora um susto para todos.
– Temos que voltar, podemos salvar algumas vidas ainda, deve haver sobreviventes. Disse Aikor.
– Meu coração está pesado Aikor. Disse o Zamael. – Mas temo arriscar salvar mais vidas e expor este esconderijo de emergência.
– Nunca podemos ajudar todos. A chance de morte é maior do que de trazermos mais alguém vivo para cá. Disse Moz.
– Concordo com o mestre gnomo. Exclamaram Gideon e o Talessin
Em meio a breve discussão, todos se calaram e ficaram com os corações tristes.
– Entretanto. Disse Gideon. – Devemos continuar este caminho e certificarmos sua segurança.
– Minha vez de concordar com você. Gideon. Disse Zamael. – Temos que assegurar as nossas vidas explorando esse caminho. A que ele nos leva Moz?
– Pouco se sabe Mestre Gnomo. Nunca me atrevi a explora-lo, foi dado a mim o dever de guarda-lo. Me assusto só com sua escuridão deste lugar, sinto o ar dos espíritos aqui, como se eles entrassem pelas minhas narinas e vasculhassem todo meu corpo e mente. Disse Moz. – Mas os antigos, meus antepassados relatam de que esta passagem leva a Queda do Guerreiro, ao pântano de nossa região e outros lugares que se perderam com o tempo ou que nunca ganharam nome.
Enquanto a conversa de Moz e Hemet Zamael acontecia um barulho diferente os desviou a atenção. Em meio aos bêbados desacordados, um meio-orc aumentava sua respiração, era tão grande suas narinas que dava para ver o ar entrar sendo umidificado e uma vasão branca quando se expelia. Aos dois roncos o orc levanta assutado.
– Gnash Crak Mush. – O que diabos aconteceu? Questionava o orc assutado.
– Quem trouxe esse ai? Vendo o tamanho do meio-orc agora de pé.
– Fui deu. Disse Talessin. – Vi que só iria conseguir trazer um dos bêbados Gideon. – Então tratei de trazer um bem grande!
– O que acontecer com Roak depois da festa boa na Taverna de Moz? Ou será que Roak está em um daqueles sonhos que parecem ser mais reais.
– Você não está sonhando, Roak. Se é que este é seu nome. Disse o Clérigo. – Sou Aikor, e salvamos você e mais alguns bêbados enquanto o ataque acontecia na cidade.
– Ataque? – Disse Roak enquanto tirava seu machado duplo das costas.
– Sim. Respondeu o Gnomo indo em direção ao meio-orc. – Estávamos todos bebendo e festejando na Taverna do Mestre Moz quando o estabelecimento foi atingido por alguma magia ou munição grandiosa, destruindo metade da taverna de uma só vez. Fomos todos investigar tal insulto ao estabelecimento feliz de Moz quando deparamos com as primeiras criaturas. Fomos atacados por mortos-vivos. Em meio às palavras de um homem que luta dançando, fomos todos defender a cidade. Conseguimos derrubar alguns, mas em pouco tempo a cidade estava tomada. Ao chamado de Moz, nosso salvador, voltamos para a Taverna e entramos neste alçapão. Conseguimos salvar somente aqueles que estavam na taverna, você e mais aqueles.
Roak desviou o olhar para trás e de onde levantou havia mais cinco homens desacordados.
– Roak conhecer o homem que luta dançando. Cassios é o seu nome, também é conhecido como O Incrível. Ele ser um dos melhores lutadores desta região e Roak vir desafiar ele na competição. Ele e todos ao seu nível, pois Roak ser forte também. Disse Roak enquanto se vangloriava quando falava de si e de que conhecia o monge dançante.
– Roak agradecer aos que me ajudaram. Roak ser grato a todos vocês e principalmente aquele me carregou.
– De nada. Disse Talessin. – Seu corpo não me ajudou a carrega-lo. Mas pensei que poderia ser de boa ajuda quando acordasse.
– Roak ser grato por me ajudarem enquanto Roak desacordado. Ajudar vocês com o que precisar.
– Isso será importante. Disse Zamael, respirando fundo quando viu que Roak era além de forte, ser bom. Estava assustado em achar que o meio-orc traria confusão.
– Agora devemos planejar e explorar o lugar. Disse Aikor.
– Sim, vamos nós e Roak fica com Moz e os outros desacordados. Disse Gideon.
– Apoio a afirmação do amigo guerreiro. Disse Talessin.
– Roak ficar com os outros bêbados e Moz, o Taverneiro, mas querer ser recompensado com mais hidromel quando puder.
– E será Mestre Orc se fazer jus de mim e todos estes desacordados. A quantia que quiser durantes 30 dias e 30 noites. Assim que retomar com meus negócios. Disse Moz rindo e abraçando Roak.
– Pois bem. Que assim seja. Disse Aikor. Vamos em frente nós quatro.
Zamael, Aikor, Gideon e Talessin se aprontaram, manterão formação e partiram para onde, durante muito tempo nenhum vivo havia caminhado.
E assim eles foram, despedindo de Moz e Roak.
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